terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O Oscar na visão da Igreja


L’osservatore Romano afirma que oscar 2008 foi marcado por filmes obscuros, violentos e sem esperança
Fevereiro 26, 2008

Cidade do Vaticano, - O jornal vaticano, L’Osservatore romano, publicou na sua edição desta segunda-feira uma crítica à noite do Oscar, em Hollywood, e a visão “decididamente pessimista que os Estados Unidos dão de si mesmos”.

”Hollywood foi atingida este ano por filmes obscuros, repletos de violência e, sobretudo, sem esperança. Provavelmente, são sinais dos nossos tempos”, escreve L’Osservatore.

Sobre a premiação dos filmes “Onde os fracos não têm vez” e “Sangue Negro”, o jornal vaticano considera que se trata de ”duas visões do mal que se confrontam, dois modos de contar a malvadeza por meio de imagens”.

Todavia, o diário comenta que não faltaram filmes “capazes de expressar emoções diferentes, com corajosas aberturas, como ‘Juno’, que narra a história de uma adolescente decidida a levar adiante uma gravidez indesejada, ou ‘O escafandro e a borboleta’, um hino à vida apesar de uma grave deficiência”.
fonte: Igreja Online

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Por que devemos cultivar a esperança?


Uma reflexão sobre a carta encíclica "Spe Salvi" de Bento XVI

Olhando o mundo que vivemos hoje constatamos uma dramática crise existencial, onde o homem se depara diante do espelho e não consegue mais reconhecer a sua própria identidade, quem ele é, de onde ele vem, se o que ele faz tem sentido e para onde ele se destina. O homem moderno cresce no conhecimento da ciência, da tecnologia, no desenvolvimento intelectual, socio-cultural e político, mas se perde fatalmente no conhecimento de si próprio.


A visão teológica e analítica do Papa Bento XVI em sua carta Encíclica "Spe Salvi", aponta para a terrível catástrofe que a cultura globalista e as iniciativas políticas inovadoras, mas sobre tudo anticristã, vem transformando o mundo atual em uma fanática cultura sombria de morte, empurrando assim o homem para um vale escuro, ausente de luz e da verdade.Os reais valores que diz respeito à dignidade do homem, como a “moral” e a “fé”, estão se tornando apenas ruínas na nossa vida, escombros de uma identidade perdida que deveria ser preservada pela "fé"e pela "esperança" muito bem explicada pelo papa nesta encíclica Spe Salvi. Uma vez que o homem perde este referencial “que é a sua identidade”, ele perde também a direção da sua vida, o sentido de viver, entrando assim em um grande desespero onde nem mesmo Deus justifica sua existência.Bento XVI refere-se a um pensamento de Santo Agostinho, que parece ser um dos seus autores prediletos que, “quem está longe de Deus também está longe de si mesmo, alienado de si mesmo, e só pode encontrar a si mesmo se se encontra com Deus”, S. Agostinho. Isto explica o grau de desespero que se encontra a humanidade. A distância de Deus equivale, portanto, à distância de si mesmos. «“Tu estavas, certamente, diante de mim, mas eu me havia afastado de mim mesmo e não me encontrava»“ S. Agostinho


Sem fé e sem esperança como explica Bento XVI nesta encíclica Spe Salvi, é impossível para o homem chegar ao seu destino. Em outras palavras; sem Deus o homem deixa de existir, pois a nossa existência só tem finalidade em Deus.“Somente em Deus o homem consegue chegar a seu verdadeiro eu, sua verdadeira identidade.” Bento XVI


veja a carta encíclica Spe Salvi na integra aqui:http://blog.cancaonova.com/fatimahoje/spe-salvi/


Reflexão: Marcelo Pereira

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

“O Caçador de Pipas”

A minha opinião a respeito da amizade e de ser um verdadeiro amigo, mudou depois que eu assisti o filme “O Caçador de Pipas”.
Se trata de um filme ultraortodoxo islâmico do Talebã, que revela os conflitos da guerra no Afeganistão, mas que, centraliza o ápice do seu roteiro em torno da amizade de dois garotos: Amir, um garoto rico (interpretado por Zekiria Ebrahimi, que hoje tem 11 anos), e Hassan, filho de um serviçal pobre. A profundidade da trama do filme colocou a AMIZADE no mais alto nível das virtudes no relacionamento entre duas pessoas. Estamos vivendo uma época em que as nossas carências pessoais tem tornado nossos relacionamentos em um verdadeiros conflito em torno da fidelidade e da confiança, onde aquela idéia que “aquele que encontrou um amigo encontrou um tesouro” ou “o amigo é aquele que é capaz de dar a vida por você”, está filosofia já não faz mais parte da linguagem cativante do “Pequeno Príncipe”, que dizia: “Cativar é criar laços”. Infelizmente a nossa inocência de amar, de cativar o outro, de conquistar amizades profundas tem nos deixado num mundo interior solitário e escuro.
“O Caçador de Pipas” representa um suspiro, um grito de socorro a meio a esta turbulência que nos contagiou e que revela grandes feridas do nosso coração. Hassan, com um caráter e com uma dignidade invejável, se torna um ícone do amigo verdadeiro, um símbolo da perfeita amizade e um exemplo seguro que podemos seguir para alcançar a virtude do amor e da humildade. Já Amir, representa o homem ferido, machucado, incapaz de reconhecer seu próprio medo, sua própria fraqueza e de assumir que nunca é tarde para ser bom, para fazer o bem e ter uma consciência honrosa.
O filme é tão impactante que os meninos que o protagonizaram tiveram de fugir do Afeganistão, depois de terem sido ameaçados por seus compatriotas. Isso porque uma cena de abuso sexual enfureceu parte da população islâmica local. O lançamento do filme foi adiado em seis semanas para dar tempo suficiente para a mudança dos atores-mirins para fora do país.

Em fim, este filme demonstra que o perdão e a possibilidade de mudanças é possíveis no mundo de hoje, e que todos nós temos necessidade de amar e expressar este amor pelo outro que passa pelos trilhos da amizade e que tem como destino a conquista do amigo, do amigo puro, verdadeiro e fiel.
Depois de assistir este filme eu diria que: “Quem encontrou um amigo, encontrou o remédio para suas feridas e uma motivação para recomeçar uma nova história”.

Marcelo Pereira

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A Cruz é o único caminho que leva à vitória do amor sobre o ódio


A Quaresma chama a lutar contra o mal, empunhando como arma a cruz de Cristo, que vence o ódio com o amor, explicou neste domingo Bento XVI.
«Entrar na Quaresma», declarou antes de rezar o Angelus, «significa começar um tempo de particular compromisso no combate espiritual que nos opõe ao mal presente no mundo, em cada um de nós e ao nosso redor».
Explicou que «quer dizer olhar o mal de frente e dispor-se a lutar contra seus efeitos, sobretudo contra suas causas, até a causa última, que é Satanás».
Entrar na Quaresma, insistiu, «significa não descarregar o problema do mal sobre os demais, sobre a sociedade, ou sobre Deus, mas há que reconhecer as próprias responsabilidades e assumi-las conscientemente».
Nesta luta, o cristão recebeu de seu mestre uma arma, seguiu indicando o bispo de Roma, «carregar cada um sua própria “cruz”».
A «cruz», declarou, «por mais pesada que seja, não é sinônimo de desventura, de uma desgraça que deve ser evitada o máximo possível, mas uma oportunidade para seguir Jesus e deste modo alcançar a força na luta contra o pecado e o mal».
«A Cruz é o único caminho que leva à vitória do amor sobre o ódio, da generosidade sobre o egoísmo, da paz sobre a violência».
«Desta perspectiva, a Quaresma é verdadeiramente uma ocasião de intenso compromisso ascético e espiritual fundamentado sobre a graça de Cristo», concluiu Bento XVI.
fonte: Zenit

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Em qual direção está o homem?


Em qual direção você está?
O Papa João Paulo II, por ocasião de sua visita ao Santuário de Fátima no ano de 1982, disse em sua homilia: “Apresenta-se com ansiedade, a fazer a re-leitura daquele chamamento materno à penitência e à conversão, daquele apelo ardente do Coração de Maria, que se fez ouvir aqui em Fátima. Sim, relê-lo, com o coração amargurado, porque vê quantos homens, quantas sociedades e quantos cristãos foram indo em direção oposta àquela que foi indicada pela mensagem de Fátima”. Em outras palavras. Muitos males posteriores a isso poderiam ter sido evitado, se o pedido materno de Maria à penitência e à conversão fosse atenciosamente acolhido no coração de cada homem. Pois sabemos que, “O salário do pecado é a morte…” (cf. Rom 6,22), e o mundo de hoje, colhe os frutos desta desobediência, perdendo a fé em um Deus pessoal, vai se naufragando para sua ruína total. Vivemos numa sociedade que julga possível viver sem Deus. O resultado está à vista. A perda de referências, a desorientação moral, a manutenção dos males no meio de abundantes recursos disponíveis, tudo isso aniquila a existência de Deus na vida do homem. Poderíamos até dizer assim; que o mundo abandonou a Igreja, mas a Igreja não abandonou o mundo. A prova é que, por meio de Maria, nossa medianeira, Jesus há de nos resgatar deste mau, da perca total de Deus, e nos reconduzir novamente ao Pai, que nos espera de braços abertos por toda a eternidade.
São Luís Grignion de Montfort já dizia no século XVIII que, “a devoção à Virgem crescia com os fins dos tempos, que o progresso desse culto era um sinal desse fim dos tempos”. Acredito profundamente nesta prófecia e estou convicto que o progresso desta devoção a Nossa Senhora, já é uma evidência quando analizadas sob um olhar escatológico. “Mas na segunda vinda de Jesus Cristo, Maria deve ser conhecida e revelada pelo Espírito Santo. Através dela fará conhecer, amar e servir Jesus Cristo, uma vez que já não subsistem as razões que O levaram a ocultar, durante a vida, a Sua Esposa, e a revelá-la, só muito pouco, após a sua pregação do Evangelho”. (S. Luís Grignion de Montfort). Com o olhar de Maria é possível ver aonde falta o vinho da fé e do amor no coração do homem. Por meio do seu Imaculado Coração, é possível continuar mantendo acesas as chamas do nosso batismo, mesmo quando nos deparamos com os acontecimentos catastróficos do nosso tempo e do triunfo do ateísmo.


Marcelo Pereira