segunda-feira, 30 de maio de 2011

Consagrar-se a Virgem Maria

A primeira etapa para se chegar a uma consagração a Virgem Maria é passar pelo processo da devoção, cujo tema, vimos anteriormente. A devoção é o caminho do conhecimento, da intimidade e do nosso interesse pela pessoa de Maria.

Em uma linguagem mais atual, seria como que seguir a pessoa de Maria, termo muito usado hoje em dia nas redes sociais do twitter e facebook. Quando falamos que estamos seguindo uma pessoa, estamos ao mesmo tempo dizendo que estamos interessados naquilo que esta pessoa faz, fala e pensa que suas atitudes têm ressonância com aquilo que eu sou. Pelo menos este deveria ser um dos princípios básicos para se seguir alguém nestas redes sociais. Há pessoas que se importa com números e quantidades, mas saiba que quando alguém resolve te seguir, significa que esta pessoa está interessada naquilo que você pensa e é.

A devoção a Virgem Maria nos leva a este interesse do profundo conhecimento da pessoa de Maria, da sua missão, do seu perfil de mãe e por tanto, do seu papel de serva e mãe da Igreja.

Então podemos dizer que em nossa caminhada espiritual e cristã, seguimos Maria porque ela segue Jesus, e seguindo Maria, alcançaremos mais rápido ainda Jesus, pois ela o alcançou no calvário e por Ele e com Ele, transcendeu os limites desta vida terrena.

Esta é a primeira etapa para a consagração. Ser devoto, seguidor de Maria, se apaixonar por ela, por aquilo que ela é, faz e nos convida a viver. Então, o segundo passo nos levaria mais perfeitamente conscientes a consagração. Não dá para pular etapa e consagrar-se sem antes conhecê-la e amá-la. Quanto maior e mais consciente for a nossa devoção maior e mais perfeita ainda será a nossa consagração.

São Luís Grignion de Montfort afirma que “a mais perfeita devoção é aquela pela qual nos conformamos, unimos e consagramos mais perfeitamente a Jesus”. Tratado da verdadeira devoção à SS.ma Virgem, nº 120 de S. Luís de Montfort Portanto, a devoção e a consagração a Virgem Maria deve unicamente nos levar a uma maior e mais perfeita consagração a Jesus.

“Maria é de todas as criaturas, a mais conforme a Jesus Cristo, a que mais conforma uma alma a nosso Senhor”. Quanto mais uma alma se consagrar a Maria, mais consagrado estará a Jesus Cristo.

O Papa Leão XIII certa vez afirmou que; “toda graça concedida ao mundo, segue esta tríplice gradação; de Deus a Jesus Cristo, de Jesus Cristo a Santíssima Virgem Maria e da Santíssima Virgem Maria a todos nós”. Por tanto, Maria não esta exclusa desta hierarquia no plano de salvação.

Volto a trazer o exemplo do Papa e agora Beato João Paulo II, que consagrou todo seu pontificado a Santíssima Virgem Maria, confiando a ela toda sua vida, riquezas, e ministério. “TOTUS TUUS, Sou todo vosso e tudo o que possuo é vosso. Tomo-vos como toda a minha riqueza. Dai-me o vosso coração, ó Maria”. Tratado da verdadeira devoção à SS.ma Virgem, nº 216/233 de S. Luís de Montfort.

Ao consagrarmos a Maria, estamos dando a ela o direito de passar a frente de toda a nossa vida, nossas escolhas, projetos, sonhos e decisões. Assim, permitimos que Maria gerencie nossa vida segundo vosso coração de mãe, que sabe e intui aquilo que é bom para nós e que esteja em plena conformidade com a vontade de Deus.

Só podemos confiar a nossa vida a alguém se tivermos certeza que este alguém quer o nosso bem e tem como objetivo nos levar para o Céu. Daí o sentido da devoção, em conhecê-la, amá-la e segui-la.
É bom dizer também que este culto a Virgem Maria não induz a nenhum tipo de adoração que ocupe o lugar de Deus, pois somente a Deus devemos adorar. Tratado da verdadeira devoção à SS.ma Virgem, nº 115 de S. Luís de Montfort
A Igreja nos ensina que todas as devoções estão dentro de um termo teológico grego chamado “hiperdulia”, que significa a honra e o culto de venerações especiais dedicado aos Santos, Anjos e a Vigem Maria no campo da piedade popular.
A hiperdulia, que está inserido na dulia, que é uma veneração, diferencia-se muito da latria, que é o culto de adoração prestado e dirigido unicamente a Deus. Por tanto, o culto a Virgem Maria é perfeitamente reconhecido pela Igreja e se torna até obrigatório quando vem indicado pela liturgia.
A consagração é outro termo muito usado no antigo testamente, que implica uma dedicação integral a algo ou alguém que nos torna diferentes, para um devido fim. Somos separados apenas na ordem da graça do meio comum dos homens, porém, no meio dos homens para que a graça que está em nós possa alcançar a todos. É como a Eucaristia que após ser consagrada se torna pela ordem da graça o corpo e sangue de Jesus Cristo, sem desaparecer as características da substancia, pão e vinho. Assim somos nós quando nos consagramos a Deus ou a Virgem Maria, continuamos com as mesmas características do homem quanto carne, porém revestidos pela graça da consagração nos tornamos instrumentos especiais e espirituais com a finalidade de fermentar o meio que estamos na construção do mundo novo. Os judeus utilizam o termo Kiddushin, que se refere, entre outras coisas, à santificação pelo casamento, quando o noivo é separado, exclusivo para a noiva, e vice-versa, e ambos são separados para Deus.
Quando os católicos utilizam a palavra ‘consagrar’, mantêm o mesmo sentido: “separar”, tornar sagrado, tornar santo, porque pertence exclusivamente ao Santo que santifica tudo o que lhe pertence, tudo o que ‘toca”.

Então, não tenhamos medo de consagrar toda a nossa vida a Maria e confiar em suas mãos tudo o que somos, fazemos e pensamos, pois ao fim, seu Imaculado Coração Triunfará sobre todo mal, porque aos seus filhos coube a ela a missão de cuidar e entregar a Jesus, sãos e salvos.

Marcelo Pereira



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