quarta-feira, 2 de março de 2011

Qual o sentido do sofrimento?

Estamos trilhando pela via da “Espiritualidade do Sofrimento”. Vimos no primeiro post através do documento de João Paulo II (O sentido cristão do sofrimento humano), que os nossos sofrimentos não são em vão, eles não acontecem por acaso do destino, há um sentido para este interminável sentimento que chamamos de “sofrimento”, mas tudo depende da maneira com que eu o encaro cada sofrimento que a cada dia bate em minha porta.

No segundo post refletimos sobre a espiritualidade de Fátima que traz em si uma significante resposta que também dá sentido ao sofrimento humano e que por meio dos três Pastorinhos de Fátima, ficou assim instituído como via de santidade.
Eu prometi que voltaria tocar neste assunto e que quero agora junto com você aprofundar um pouco mais nesta virtude escondida por de trás do sofrimento.

Na primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima, ela pergunta aos Pastorinhos; “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?” (Memórias da Ir. Lúcia)
A palavra mais imponente aqui no pedido de Nossa Senhora é a palavra “sofrimento”, que já refletimos sobre a sua importância no post anterior. O segundo destaque vai para “pessoa”, para quem é destinado o pedido. Também já estudamos sobre isso um pouco atrás quando entendemos que o pedido se destina na primeira pessoa, ou seja “EU”.

O terceiro destaque neste pedido de Nossa Senhora vai para quem está fazendo o pedido. Nossa Senhora aqui é apenas uma mensageira, pois é Deus que a envia em missão sobre a terra para pedir por meio dos pequenos Pastorinhos que aceitem todos os sofrimento que Ele (Deus) quiser enviar-lhes.
Então veja bem, o pedido vem de Deus e o tipo de sofrimento também fica por conta D`Ele. Coube aos Pastorinhos apenas dizer que sim ou que não, ao que eles disseram “SIM QUEREMOS”. A partir daí, nasce no coração de Francisco, Jacinta e Lúcia o desejo de corresponder ao pedido de Deus de uma forma lucidamente concreta.
O quarto e último ponto significativo e que vai dar todo um sentido para esta reflexão sobre a espiritualidade do sofrimento é o para que devemos aceitar o sofrimento, a que ela responde; “em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?”
Está é a finalidade pela qual devemos aceitar de boa vontade todo e qualquer sofrimento que bater em nossa porta, há uma forma de reciclarmos o sofrimento e transformá-lo em conteúdo de reparação pelos pecados com que Ele “JESUS” é ofendido e de suplica pela conversão dos pecadores. Aqui reside o sentido pelo qual sofremos.

O que acontece é que ficamos cegos diante da dor que o sofrimento nos causa que perdemos a visão espiritual e a mística que se esconde atrás da cortina do sofrimento.
Porém, nós enxergando ou não, esta mística existe, esta espiritualidade é real e que graças aos Pastorinhos de Fátima, este véu também já foi rasgado, não é mais obscuro perceber que caminhar sobre a cruz do sofrimento com esta consciência de reparação e de oferecimento, pode tornar leve nosso calvário, e menos doloroso também, além de poder utilizar aquilo que para nós é desprezível, no caso o “sofrimento”, em remédio de consolo para o Coração de Jesus muito ofendido por todos os pecados da humanidade.
Pode parecer um absurdo, mas é isso mesmo que você esta entendendo. Os nossos sofrimentos podem ser útil para Deus. Pode servir de remédio e de consolo ao Nosso Senhor Jesus Cristo, basta apenas oferecermos a Deus, canalizarmos para isso.

No próximo post quero lhes apresentar as duas vias com que os Pastorinhos intitularam como espiritualidade do sofrimento e que por meio delas chegaram ao Céu.
O importante hoje é perceber que Deus estende este pedido também a nós; “Quereis também vós oferecer-vos a Mim, para suportar todos os sofrimentos que Eu quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que meu Filho é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?”

A resposta é pessoal, e temos que responder apenas que sim ou que não. É certo que a nossa resposta será de acordo com a nossa intimidade com Deus, sem olhar para a Cruz de Cristo, e sem o despojamento de um coração pobre e humilde, de fato será difícil enxergar qualquer sentido em nossos sofrimentos. Mas estou certo que Maria também vai nos ajudar a retirar as escamas do mundo material, da prepotência, do nosso orgulho, do nosso pecado que nos cegam os olhos da fé, e com teu auxilio ó mãe, poderemos também nós alcançar o Céu por termos escolhido fazer a vontade de Deus mesmo que se essa vontade seja abraçar a nossa própria cruz.

Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
Marcelo Pereira

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